Tanto o polietileno, o polipropileno e o etileno vinil acetato, o E.V.A
são plásticos poliolefinicos. Esses polímeros apresentam uma excelente
qualidade que é a excelente resistência física e, principalmente, a espetacular
resistência química a uma grande variedade de produtos químicos.
Entretanto, essa excelente qualidade faz com
que esses materiais sejam ótimos para muitas aplicações e péssimos quando se
trata de fazer a colagem deles com eles mesmos e com outros materiais. Isso
acontece por que eles não são nada amigáveis quando se trata de fazer qualquer
tipo de união coesiva. Essa família de plásticos é muito resistente a esse tipo
de relacionamento.
Hoje em dia já existem alguns procedimentos ou
processos que podem ser utilizados com muito sucesso para melhorar essa
história. Com a utilização de alguns destes procedimentos já é possível obter
uniões bastante satisfatórias.
Colagem por soldagem
Um dos métodos de maior sucesso é a soldagem.
Na soldagem, como o nome já diz, é realizado um processo de soldagem do
plástico utilizando no artefato com um cordão ou filete desse mesmo polímero.
Um dos processos de soldagem mais utilizados é o processo que utiliza um
equipamento que fornece ar quente. O ar quente é direcionado para um filete ou
cordão do plástico fazendo assim, ao mesmo tempo, a preparação térmica do
substrato a ser colado e também a fusão do cordão. Tal processo, depois do
esfriamento das peças resulta numa colagem excelente. Na verdade trata-se da
melhor união possível. Afinal de contas é uma fusão.
O processo de colagem, preenchimento ou reparo de artefatos feitos pelo
processo de soldagem utilizando os plásticos poliolefinicos atualmente pode ser
considerado um dos métodos de colagem mais seguros e com melhores resultados.
O processo de soldagem consiste em derreter, com gás ou ar quente, um
cordão com 3 mm ou 5 mm de diâmetro e encher a junção entre duas chapas a
velocidade da soldagem depende do tipo de equipamento usado, pode variar de 25
cm/min a 150 cm/min uma boa soldagem pode ser obtida com equipamentos que
operam entre 400 W e 600 W de potência, para obtenção de temperaturas para o
gás ou ar entre 150 ºC e 400 ºC, o fluxo de gás ou ar deve satura-se entre 25
L/min e 45 L/min o superaquecimento poderá resultar na degradação do material
plástico a região a ser soldada deve estar livre de qualquer tipo de resíduo
desmoldante ou material graxo.
Já existem no mercado outros tipos de pistolas
com sistema de aquecimento que não utilizam nenhum tipo de gás. Elas usam
somente um bico aquecido. Com esse tipo de equipamento é possível soldar peças
ao corpo de artefatos plásticos, fazer reparos em falhas de injeção, fazer
reparos em áreas danificadas, fazer remendos e unir outros materiais aos
resistentes: polietileno, polipropileno e EVA.
Colagem convencional
Preparação das peças plásticas
Alguns procedimentos de preparação podem ser utilizados para fazer com
que esses plásticos, que originalmente são muito resistentes ás uniões
coesivas, sejam desequilibrados na sua estrutura molecular e como conseqüência
disso passem a aceitar melhor a união com diversos materiais, o que não teriam
a menor chance disso acontecer se esses plásticos estivessem no seu
estado molecular original.
Alguns destes procedimentos utilizam os seguintes artifícios: expor o
artigo de plástico a uma fonte de calor , expor o plástico a uma descarga
elétrica, friccionar o artigo de plástico, expor o artigo a ultrassom ou a
ainda a algum tipo de descarga eletromagnética.
Depois da exposição dos artefatos plásticos a algum destes agentes é
possível realizar testes com os adesivos convencionais e observar qual dos
métodos de preparação e quais os melhores adesivos convencionais como resina
epóxi, cianoacrilatos, poliuretanos bi componentes e adesivos á base de
metacrílilatos são os mais indicados para cada aplicação.
Por ser quimicamente inerte, a colagem de artigos feitos com polipropileno,
polietileno ou EVA rígido é muito diferente daquelas obtidas para outros
termoplásticos. A melhor técnica para realizar a união desses materiais entre
si, como já comentamos, é por meio da soldagem, entretanto, outros tipos de
colagem podem ser realizados com sucesso. Para isso faz-se necessário realizar
prévia preparação física ou química nos substratos a serem colados.
Um dos processos físicos mais utilizados é o tratamento Corona. Existem
ainda outros processos como a flambagem, a aplicação de primers, de promotores
de adesão ou vernizes específicos.
Outro procedimento físico que é muito recomendado é fazer a abrasão dos
materiais a serem colados. Esse tratamento superficial contribui bastante para
favorecer a ancoragem dos promotores de adesão e conseqüentemente do adesivo
final.
Os primers e promotores de adesão são de fundamental importância para a
colagem de plásticos como polietileno, polipropileno ou EVA. Existem hoje no
mercado alguns produtos que foram especialmente desenvolvidos para essas
aplicações.
Os adesivos que podem ser usados para fazer a colagem final das peças
feitas de plásticos poliolefinicos podem ser à base de resina epóxi, cianoacrilato,
acrílico, poliuretano bi componente ou metacrilato.
A indicação do melhor produto vai
depender muito da resistência desejada e da aplicação final do produto acabado.
Para a colagem do EVA expandido é
possível fazer a colagem com o adesivo de contato comum. Para fazer essa
colagem é importante lixar a superfície do EVA, retirar bem o pó e depois
aplicar um adesivo de contato forte diluído 1:1 com o diluente da própria cola.
Depois da aplicação do adesivo base,
deixar secar muito bem. Se for possível deixar secar um dia ou mais, melhor
ainda. Depois da secagem do adesivo base aplicar em ambos os substratos uma
demão do adesivo de contato sem diluir. Deixar secar e depois fazer a união das
partes sob pressão.
Se for necessário melhorar a ancoragem
no EVA pode-se adicionar ao adesivo base de 5 a 10% de isocianato
(reticulante). Esse produto pode ser encontrado nas casas de couro ou de
materiais para sapateiros.